Transgênicos invadem as prateleiras dos mercados “O veneno nosso de cada dia”

Assista o video…. tire suas conclusões.

Fonte video Rede TVT.

Saiba o que são os alimentos transgênicos e quais os seus riscos

Manter o símbolo “T” é a única forma de assegurar a identificação de forma fácil e precisa, entenda porquê

28/02/2025

Você sabe qual é o significado do “T” amarelo presente em embalagens de alimentos? Esse símbolo aponta que os alimentos contêm transgênicos, ou seja, aqueles que são modificados geneticamente com a alteração do código genético (DNA) e produzidos em laboratório por meio de técnicas artificiais de engenharia genética.

Apesar dos alertas sobre seus efeitos a curto e longo prazo para a saúde dos seres humanos e dos animais, muitos brasileiros ainda não sabem que boa parte de sua alimentação possui componentes feitos a partir de alimentos geneticamente modificados – entre os principais transgênicos cultivados no País estão a soja e o milho, que são usados como ração para aves, gado e suínos e também amplamente utilizados nos produtos ultraprocessados para consumo humano como salsicha, bolachas, biscoitos, bolos e salgadinhos de pacote, entre outros.

Entenda por que é importante evitar esses alimentos e conheça os principais riscos à saúde humana e ao meio ambiente:

O que são alimentos transgênicos?

Os transgênicos são alimentos geneticamente modificados por meio da alteração de seu código genético. Isso ocorre com a inserção de genes de outros organismos, que podem até ser de espécies diferentes — como o caso de um gene de vírus inserido em uma planta. Esse processo pode ser aplicado a plantas, animais e micro-organismos.

Panorama do uso de transgênicos no Brasil:

Atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor de transgênicos do planeta. Aproximadamente 92% da soja e 90% do milho cultivados no território brasileiro são transgênicos.

Este dado, apesar de preocupante por si só, não se dá de maneira isolada no cenário brasileiro. Para que as sementes transgênicas tenham tanto espaço nas nossas terras, existe todo um sistema de produção e dominação que as sustenta.

O sistema alimentar hegemônico tem um objetivo muito claro: produzir mais e lucrar mais, custe o que custar (custo que recai sobre a população e as pessoas consumidoras). Este sistema é caracterizado por grandes monoculturas – grandes plantações de uma só espécie, como milho ou soja, por exemplo. As monoculturas funcionam em uma dinâmica que não dialoga com os ciclos da natureza e que dependem de diversas tecnologias, sendo a transgenia central nesse processo.

A incorporação massiva dos transgênicos na agricultura se deu com o objetivo de aumentar a produtividade e a resistência às pragas. Ou seja, para possibilitar que uma área, antes biodiversa, consiga sustentar ciclos incansáveis da produção de uma só espécie, é necessário alterar a genética das sementes. Essas alterações favorecem a adaptação de outras pragas, que se tornam resistentes aos agrotóxicos utilizados e acabam exigindo o aumento da utilização destes venenos. A relação é explícita: quanto mais transgênicos, mais agrotóxicos.

Além disso, com a predominância das plantações em monocultura e a prevalência evidente de sementes transgênicas, o patrimônio cultural da agricultura camponesa acaba ameaçado.

Assim, os transgênicos, além de impactarem negativamente a saúde de cada cidadão, também comprometem a cultura alimentar e os saberes tradicionais. Essa dependência tecnológica concentra o controle agrícola nas mãos de poucas empresas, tornando agricultores reféns e colocando em risco a saúde de todos.

É seu direito saber quais são os alimentos transgênicos

A identificação de alimentos que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados é assegurada por um conjunto de Leis e normas específicas desde 2003, que dispõem sobre a obrigatoriedade da identificação com símbolo em tamanho e formato específicos “T”. Assim, todos os produtos que sejam feitos a partir de ou que contenham ingredientes produzidos a partir de organismos geneticamente modificados precisam fornecer nas embalagens essa informação aos consumidores.

O Código de Defesa do Consumidor (CDC) define ainda como publicidade enganosa “qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços” (art. 37, § 1º). É inegável, portanto, a necessidade de informar no rótulo sobre a origem transgênica de qualquer produto e dos ingredientes utilizados.

No entanto, existe um Projeto de Lei (PLC 34/2015), atualmente tramitando no senado que tenta restringir essa informação da população. O projeto desrespeita os artigos 6º e 66º do CDC (Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990) por restringir a liberdade de escolha ao omitir informação.

Além disso, a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), em outubro de 2024, decidiu que a identificação no rótulo de alimentos com porcentagem menor ou igual a 1% de transgênicos na composição é desnecessária. Por isso, estamos recorrendo no STF (Supremo Tribunal Federal)  para reverter essa decisão e precisamos do seu apoio:

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https://idec.org.br/rotulagem-transgenicos

Os transgênicos põem você e o planeta em risco!

Riscos para a agricultura

As espécies transgênicas são protegidas por patentes, o que significa que o agricultor que decidir utilizá-las deverá pagar royalties para a empresa detentora da tecnologia.

A consequência mais imediata é o aumento da dependência do agricultor das empresas transnacionais do setor. Isto porque, por regra contratual, o agricultor não pode utilizar as sementes do plantio anterior. Assim tem que comprar sementes transgênicas a cada safra.

Além disso, é muito difícil o agricultor “se livrar” totalmente das plantas transgênicas, o que pode ocorrer com qualquer plantação, já que, caso ele não queira mais plantá-las, a chance de ainda nascer uma planta transgênica na plantação convencional existe. Caso isso ocorra, ele será compelido a pagar uma multa e mais royalties.

Também existe o risco da contaminação que pode ocorrer por meio de insetos ou até mesmo por meio do vento: é o caso do milho. Assim, se não existir um espaçamento adequado entre as lavouras transgênicas e convencionais, a contaminação pode ocorrer, pegando de surpresa o agricultor no momento da venda. Ocorre com frequência a perda de contrato desses agricultores, já que o comprador estava interessado em um produto não transgênico.

Riscos culturais

Hoje, poucas transnacionais, como a Syngenta, a Bayer e a Monsanto, controlam 60% das sementes vendidas, sendo que as mesmas também detêm o controle dos produtos químicos agrícolas (Esteve, 2017). Os donos da agricultura “moderna” se defendem com argumentos falaciosos, alegando que sustentam a economia e são os únicos capazes de erradicar a fome, enquanto acumulam bilhões em lucros que não se traduzem em melhoria na qualidade de vida nem em acesso a uma alimentação saudável. Enquanto essas corporações adquirem patentes de sementes, pequenos agricultores e agricultoras familiares sofrem as consequências dessa lógica de mercado impiedosa.

Com o dinheiro, o poder e a tecnologia em mãos, o sistema alimentar hegemônico domina o mercado agrícola e força a troca de plantação de comida de verdade por commodities (produtos em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo). É o que acontece com o arroz e o feijão, que perdem cada vez mais espaço para a soja. Este processo, com o apoio das grandes mídias, impacta todos nós: é cada vez mais barato comprar ultraprocessados (que muitas vezes apresentam transgênicos em sua composição) e cada vez mais difícil se alimentar de forma saudável de acordo com a cultura alimentar do nosso país. 

Assim, a dominância do mercado de sementes privatiza a vida e rende a agricultura familiar ao seu negócio. Pouco a pouco, a cultura de troca de saberes e sementes vai perdendo espaço para a venda das sementes patenteadas pelas grandes empresas. Um jogo onde todos, menos essas empresas, saem perdendo.

Riscos para a saúde

A indústria de biotecnologia, apoiada por alguns departamentos universitários e comitês científicos, insiste em dizer que o consumo de transgênicos é seguro. Entretanto, é importante lembrar que essa mesma indústria utiliza seus recursos e poderes para financiar pesquisas parciais e recheadas de conflitos de interesse. Quando se trata de relatórios científicos independentes, a afirmação mostra exatamente o contrário: os possíveis malefícios dos transgênicos na saúde da população.

Primeiramente, o simples fato de as alterações genéticas fortalecerem e solidificarem a homogeneização das plantações e, consequentemente, da alimentação já traz os mais diversos malefícios à saúde a partir da perda da diversidade e da cultura alimentar. Se defendemos que, para ter uma alimentação saudável, precisamos de comida de verdade na mesa, precisamos ter a liberdade de escolher um produto que não seja transgênico.

Além disso, os transgênicos podem causar novas alergias, resistência a antibióticos, diminuição da fertilidade e danos aos órgãos (Greenpeace, 2009), seja pela mutação genética em si, seja pelas quantidades alarmantes de agrotóxicos utilizados nessas culturas.

Riscos ambientais

A coexistência de sementes transgênicas e tradicionais/ecológicas se mostra impossível (Binimelis, 2007), já que pode acontecer a contaminação cruzada em diversos pontos da produção (a partir da semente, por polinização, por meio de transporte, armazenamento ou durante o processamento). Isso mostra que os efeitos dessas modificações vão além do planejado.

Outra problema é o impacto na fauna, em especial nos animais polinizadores, uma vez que os efeitos da transgenia não são completamente controláveis: no laboratório “miram” em uma praga específica, mas, quando tem contato com sistemas abertos, a diversidade de insetos e outros animais é diretamente impactada. Como exemplo, desde a Revolução Verde, o declínio significativo da quantidade de abelhas por causa da agricultura industrial e geneticamente modificada e o uso de agrotóxicos vem sendo rastreado (Tirado, Simon e Johnston, 2013). Além disso, pode ser necessária a utilização de mais agrotóxico por conta do aumento da resistência nos insetos ou do aparecimento de pragas secundárias (Grain, 2013).

Existem também plantas e microorganismos que produzem substâncias tóxicas para se defender de seus inimigos naturais, como os insetos. Na maioria das vezes, não fazem mal ao ser humano, mas se o gene de uma dessas plantas ou microorganismos for inserido em um alimento, é possível que o nível dessas toxinas aumente, causando mal às pessoas, aos insetos benéficos e aos outros animais. Isso já foi constatado com o milho transgênico Bt, que pode matar lagartas da borboleta monarca, um agente polinizador. A toxicidade das substâncias inseridas intencionalmente nessas plantas não é avaliada adequadamente, ou seja, estas substâncias estão entrando nos alimentos com muito menos avaliação de segurança que qualquer aditivo, corante, agrotóxico ou medicamento.

Quem financia o transgênico?

Em 2016, muitas universidades brasileiras viram com entusiasmo a publicação do Relatório “Genetically Engineered Crops: Experiences and Prospects” pela Academia Nacional de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos. A pesquisa chegou à conclusão de que o consumo dos transgênicos não traz risco à saúde humana nem impactos ambientais negativos. Descobriu-se, mais tarde, que a entidade governamental autora do estudo recebeu financiamentos milionários da Dow Chemical, da DuPont e da Monsanto, que estão entre as maiores produtoras mundiais de transgênicos.

Todos os pedidos de liberação comercial de milho, soja e trigo transgênicos feitos no Brasil nos últimos cinco anos foram concedidos pelo órgão responsável, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). Mais da metade das decisões, porém, foi tomada com base nos estudos e nas pesquisas realizados pela própria empresa fabricante – como era de se esperar, todos os resultados atestavam a segurança dos produtos. A CTNBio mantém sigilo sobre partes da pesquisa consideradas segredo industrial. Esse conflito de interesse entre quem pesquisa, quem lucra e quem decide sobre os transgênicos prejudica a credibilidade das análises que atestam os supostos benefícios dos transgênicos, sem apontar pontos críticos.

Não bastasse a soja e o milho, agora tem o trigo

Recentemente a CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) liberou o cultivo e comercialização do trigo HB4. Uma modificação genética do trigo convencional criada por uma empresa argentina para resistir a substâncias à base de glufosinato de amônio, um tipo de agrotóxico proibido na União Europeia desde 2015.

Esse trigo que já vinha sendo comercializado no Brasil, agora também pode ser produzido. O que gera uma série de problemas ambientais e também de saúde para as pessoas.

O glufosinato de amônio é altamente tóxico para as pessoas, podendo causar problemas graves no sistema reprodutor humano. Além disso, o uso do trigo transgênico pode infectar o trigo convencional e até plantações agroecológicas. O que afeta diretamente a soberania alimentar brasileira, além de infectar solos e águas com esse veneno.

O Idec e outras organizações estão na luta para reverter essa situação na CTNBio e fazer com que o trigo transgênico não seja mais um grave problema para a saúde e para o meio ambiente no Brasil.

Fonte: https://idec.org.br/consultas/dicas-e-direitos/saiba-o-que-sao-os-alimentos-transgenicos-e-quais-os-seus-riscos

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