Sebastião Salgado: morreu aos 81 anos um dos fotógrafos mais importantes do mundo.

23/05/2025

A informação foi confirmada pelo Instituto Terra, organização não-governamental fundada por ele. Com imagens impactantes e ação concreta, artista brasileiro transforma degradação em esperança verde.

Reconhecido como um dos maiores fotógrafos documentais da atualidade, o brasileiro Sebastião Salgado não se contentou apenas em capturar o mundo por trás de uma lente. Depois de décadas documentando conflitos humanos, pobreza extrema e a dura realidade de trabalhadores ao redor do globo, ele voltou-se para uma nova missão: a preservação do meio ambiente.

A transformação começou de forma pessoal. Ao retornar à antiga fazenda da família, em Aimorés, no interior de Minas Gerais, Salgado encontrou um cenário de devastação ambiental. A terra árida e desmatada inspirou uma mudança radical de vida. Junto à esposa, a arquiteta e ativista Lélia Wanick Salgado, fundou o Instituto Terra, em 1998.

Renasce uma floresta
Com o objetivo de restaurar a Mata Atlântica na região do Vale do Rio Doce, o casal iniciou um dos maiores projetos de reflorestamento do país. Em pouco mais de duas décadas, o Instituto Terra plantou mais de 2,7 milhões de árvores nativas, recuperando nascentes, fauna e flora locais, e transformando uma área antes degradada em um exemplo de sustentabilidade.

Fotógrafo Sebastião Salgado plantou 2 milhões de árvores e salvou a floresta

“A destruição era imensa, mas acreditamos que a natureza pode renascer se for respeitada”, declarou Salgado em entrevistas.

Da tragédia à beleza: o poder das imagens
O impacto ambiental também mudou a fotografia de Salgado. Após anos registrando tragédias humanas, ele voltou sua lente para a beleza e a força da natureza. Em 2013, lançou “Gênesis”, uma obra monumental com imagens de regiões intocadas do planeta, como desertos africanos, florestas tropicais, ilhas remotas e comunidades indígenas.

“Gênesis é uma homenagem à Terra”, afirmou. “Mostra que ainda há partes do mundo onde a natureza vive em harmonia, e precisamos protegê-las.”

Um legado verde
O trabalho ambiental e fotográfico de Sebastião Salgado já foi reconhecido com prêmios internacionais, incluindo o Prêmio Príncipe das Astúrias, o título de Mensageiro da Paz da ONU, e homenagens por sua atuação em prol do clima e da biodiversidade.

Mais do que fotógrafo, Salgado se tornou símbolo de resiliência ambiental e esperança concreta. Seu legado é duplo: ele nos mostra, por meio da arte, a beleza da vida no planeta — e, com suas ações, que é possível regenerar o que foi destruído.

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